'Da 5 Bloods' Netflix Review: War, Huh. Para que serve?

Filmes

No Vietnã dos anos 1970, um helicóptero que transportava um carregamento de ouro é abatido. Anos depois, quatro sobreviventes retornam para recuperar os ossos de um camarada caído... e o ouro.

5 Sangues.

Se você é fã de bons filmes, com certeza já viu pelo menos um filme de Spike Lee. Embora você possa não concordar com todas as suas políticas, você deve admirar sua habilidade magistral de atrair o espectador. Da 5 Bloods é provavelmente o conto mais fascinante que assisti no mês passado e possivelmente até no ano anterior. Lee faz um belo trabalho ao pintar o conflito do Vietnã a partir da perspectiva de jovens negros forçados a lutar por um país que nem mesmo respeita seu direito de existir. A Netflix, em uma jogada brilhante de sua parte, decidiu lançar o filme agora, quando a questão das vidas negras voltou a ocupar o primeiro plano. O filme de Lee não é enfadonho, mas é informativo. E o mais importante, faz você pensar.



Política, Violência e Filosofia

Nossa luta não é no Vietnã

Spike Lee nunca foi um diretor para fazer filmes insípidos e superficiais. As perguntas que Da 5 Bloods faz às pessoas não se limitam a apenas uma raça. Não é um filme que busca tornar seus personagens heróis impecáveis. Eles são falhos, mas em seus defeitos vemos sombras de nós mesmos. O filme começa com uma citação de Muhammad Ali e termina com uma citação do Dr. Martin Luther King Jr. Ele justapõe as lutas pelos direitos civis dos anos 60 contra o mundo como o vemos hoje. Os protagonistas são profundos, com suas próprias histórias e considerações. Todas essas coisas estão ligadas a uma narrativa magistral e referências históricas que não parecem forçadas.

Roteiro: 7/10

A história é plausível, embora haja momentos em que ela estica um pouco sua suspensão de descrença. Quatro veteranos do Vietnã retornam ao país de onde os Estados Unidos tiveram que fugir nos anos 70 para recuperar os ossos de seu camarada caído. Sem o conhecimento de todos, eles também estão aqui para recuperar um estoque de ouro que esconderam na mesma missão que matou seu colega. Um dos protagonistas tem um filho que, querendo se conectar mais com ele, veio ao Vietnã para acompanhá-los. Juntos, esses cinco Bloods, quatro deles velhos, um deles da nova geração, buscam recuperar o ouro e se aposentar com relativa riqueza. As coisas dão errado rapidamente quando eles contratam um francês local para ajudá-los a mover o ouro, e ele acaba os traindo. Seu único recurso é ir para o mato e lutar por suas vidas no Vietnã, mais uma vez.

Elenco: 8/10

Com 5 Sangues

Com uma estrela como Chadwick Boseman, do Pantera Negra, você esperaria que ele fosse o membro mais proeminente do filme. No entanto, como o personagem de Boseman, Stormin 'Norman, morreu no passado, ele só está presente em flashbacks. Mesmo assim, Boseman apresenta seu papel como líder de homens, pelo qual o resto da tripulação voltaria. Norm Lewis (Eddie), Clarke Peters (Otis) e Johnathan Majors (David) formam três partes da equipe mais velha, cada uma com seus próprios problemas, desde a pobreza iminente até o vício em opioides. Isiah Whitlock Jr. (Melvin) apresenta a perspectiva da geração mais nova e suave. No entanto, o show é praticamente roubado por Paul de Delroy Lindo, que está lentamente se desequilibrando desde que deixaram o Vietnã. O filme faz um excelente trabalho explicando sua loucura e até nos dá um fechamento antes do final do filme. Mesmo assim, a escolha do elenco foi um golpe de maestria por parte do diretor.

Ritmo: 9/10

Muitos dos dois terços iniciais do filme tratam da configuração e da exposição. No entanto, apesar disso, o filme não fica tanto assim. Com trechos da história voando para a esquerda e para a direita e personagens profundos e relacionáveis, até a exposição parece que você está no meio de algo importante. Os laços emocionais entre os personagens parecem naturais. Mesmo que esses caras não se vejam há anos, sua camaradagem é evidente desde o minuto em que entram no hotel na cena de abertura. O terço final do filme, onde as coisas começam a ficar complicadas para nossos protagonistas, é feito com bom gosto, com o tiroteio final sendo algo de se ver.

Soldado Caído

Composição: 8/10

O uso generoso de flashbacks por Spike Lee para nos informar também é uma ferramenta fantástica, combinada com sua propensão a ensinar o espectador sobre o passado. Como é típico em seus filmes, a informação é vital para contar a história. Lee apresenta a história da perspectiva de seus personagens. Seu uso de eventos, atuais e passados, ajuda a enquadrar o conflito nos anos 70. Até nos dá uma perspectiva sobre as coisas que acontecem hoje ao nosso redor. Poucos filmes podem fazer isso, e menos ainda podem fazê-lo tão bem que não parece uma tarefa árdua ouvir sobre o passado.

Geral: 8/10



Não é sempre que vejo um filme tão atraente, apaixonado e conhecedor de seu material de origem quanto este. É um filme que alguns não vão gostar, simplesmente pelas verdades incômodas que apresenta. Spike Lee tem um histórico de ser um pouco enfadonho com sua política, mas não o faz de forma arrogante neste caso. A história informa o espectador, principalmente. Experimentamos um lado diferente da história, que não é bem representado nos filmes. No final, temos um filme que casa firmemente a política com o espírito humano. É imperdível para quem gosta de cinema profundo e introspectivo. Aqueles que não são fãs de história ou política devem dar um passe difícil.

Isenção de responsabilidade: as opiniões expressas neste artigo pertencem ao autor e não são necessariamente compartilhadas por trinikid.com